Sozinho, meu pensamento focaliza em alguém. Deixo-o livre, e de repente meu coração aperta. Mas não estou triste, pelo contrário, deixo escapar um sorriso. Comer não me parece tão importante, agora me sinto alimentado por outra coisa. Acordo sempre com os mesmos pensamentos, e os mesmos me impulsionam a ter um grande dia. Quando te vejo sinto coisas estranhas, mas boas. Quando falo com você minha cabeça pensa direito, mas minhas palavras saem embaralhadas, e minhas mãos ficam suando. Meu pensamento focaliza alguém, esse alguém é você. É, estou amando.
"Eu comecei minha faxina. Tudo o que não serve mais (sentimentos, momentos, pessoas) eu coloquei dentro de uma caixa. E joguei fora (Sem apego. Sem melancolia. Sem saudade).
A ordem é desocupar lugares. Filtrar emoções."
Ainda falando de felicidade - e dessa procura desenfreada por ela - não se sabe mais procurar. Tudo é rápido, tudo para ontem. Não se dedica um só minuto do dia para ver onde ela está. Cultivá-la, como se cultivam orquídeas, que pedem mais dedicação do que nos oferecem flores. Mas ninguém há de desmentir a beleza delas. O mundo tem pressa e menos flores.
E os relacionamentos entram na onda. Precis
a-se urgente ser feliz. Nem que seja uma felicidade momentânea, fugaz. Não se tenta mais, não se esforça, porque um vai e outro volta. Não acho que seja amor. Ou se é, é um amor ficante. Ultra-rápido. Lavajato. Dura pouco. Amor de microondas, com prazo para esfriar. Ou de fogo alto, que queima logo, se a gente não ficar de olho. Louco fazer comparação com comida, mas o que se esperar de uma faminta?
Quem sabe cozinhar sabe do que eu falo. Da boa comida feita sem pressa, ali, a dois. Do caldo que se põe para ferver e fica de vigília, ali, namorando, caldo e pessoa. De um picando e outro abrindo o vidro. Um depurando, o outro pondo a mesa. Os dois sentando e comendo, enquanto se enamoram mais e mais -mesmo quando se acha isso impossível. É desse tipo de amor que falo. É esse tipo de amor que quero. Um amor que não cabe no livro da hora. Não cabe no filme da moda. Não se vê em vitrine. Porque esse amor tem que ser trabalhado. Esculpido. Detalhado. Arejado. Decantado feito um bom vinho. Isso eu tenho aprendido.
No amor- aquele de verdade e não o de novela, nem do romance - a não ser que seja à la Gabriel Garcia Marquez, esperado em silêncio por anos, melhor explicar - não há de se ter pressa. Se é um plano para todo o sempre, melhor tomar cuidado. Precisa planejar, feito longa viagem. Pensar na mala antes de enchê-la de bobagens. Levar apenas o necessário, o imprescindível. Precisa querer. Precisa dedicação. Desprendimento. Abertura. Despojamento do que eu sou em prol do nós. Do que eu quero, se for um querer solitário. Nada há de solitário no amor maior. Nem o uso do banheiro (pode rir, mas é nesse momento, crucial, que se sente o tamanho da intimidade, não se enganem!). Tudo se reparte, até o que não se quer. Porque sabe que o que é do outro é seu também. E não estou falando só do pote de sorvete. Ou da cama.
Porque amor que é amor, gruda, sobra cama. Amor que é amor, dá mais do que recebe. Amor que é amor ri das risadas do outro sem nem entender. E chora com o choro do outro sem nem saber o real motivo. E tenta de todas as maneiras fazê-lo feliz porque só assim será. E isso não está nos livros, nem nos famigerados ditos de auto-ajuda. Porque amor vivido é outra coisa. É romance escrito a dois, página por página. E ponto final. Final feliz, se assim se quiser.
Quando você encontrar a outra metade da sua alma, você vai entender porque todos os outros amores deixaram você ir. Quando você encontrar a pessoa que REALMENTE merece o seu coração, você vai entender porque as coisas não funcionaram com todos os outros...
O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: “Se eu fosse
você”.
A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito.
A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina.

Pela janela do quarto ... ♪

Fico te observando. Cada movimento, cada passo. Vivo numa espera constante. Não sei pra onde você está indo, com quem vai, que horas volta. É uma dúvida após a outra. Tento te entender e te conhecer melhor pelas suas atitudes, pelas palavras que você usa, pelo seu comportamento, mas confesso que está sendo complicado conseguir saber o que você quer da sua vida. O que v
ocê quer pra você. Te observar pela janela, não é uma tarefa fácil. Sempre quando escuto sua voz, e vou correr pra te ver, tem uma barreira que impede que eu faça isso com clareza. E essa barreira é que me faz cada dia mais me sentir excluída da sua rotina. Da sua vida. Não queria que você me observasse da janela do seu quarto como eu fico te observando, mas queria que pelo menos algum dia, você virasse na calçada, e mandasse um tchau e um belo sorriso. Com toda certeza, ganharia meu dia.