Antes de tudo queria entender. Quem sou para você? Uma pedra no caminho? Um espinho? O que sou?

Toda vez que conversamos, dialogamos seriamente sobre passado ou presente, essa dúvida me atormenta. Da mesma forma que a tempestade castiga a costa no inverno ou o sol queima no verão. Fico seriamente abalada pela incompreensão de quem somos um para o outro. Amigos? Amantes? Sócios? Velhas almas que se encontraram, mas não conseguimos perceber?

Eu não sei realmente o que sou para você. E isso me angustia alguns dias. Angustia antiga, com dores e pesares, incompreensível e intolerável. No entanto tenho convivido com ela há algum tempo. Não sei mais o que pensar sobre isso. Nem se devo, de algum forma, simplesmente deixar de lado. O que sei, e somente isso realmente sei, é o que você é para mim.

Não, não sou tão jovem a ponto de me enganar, nem tão velha que o desespero da solidão tenha me invadido. Solidão nunca foi um medo para mim. Certeza, porto no qual ancorarei um dia, mas não medo. Desta forma o que sinto faz sentido, como você mesmo diz, total sentido para mim.

Como pode alguém amar assim? Me ensina, você pediu. Eu num sorriso sem jeito pensei, como ensinar o sentir. Amo você. Simples assim. Amo em total entrega, sem buscar explicações. Seria um, amo porque amo, ponto final.

Meu amor por vocênão nasceu e cresceu aos poucos, não amadureceu. Ele simplesmente estava ali, só faltava encontrar você para sair e se expressar. Amar você foi lógico, simples e claro. Sem qualquer tipo de raciocínio envolvido, foi puro sentimento. E agora estou aqui, presa e livre ao mesmo tempo. Presa a essse amor sem fim, liberta por ele.

E mesmo que meu lado humano, incredulo e sem fé se apodere de tempos em tempos. Questionando em minha alma o que você sente por mim. Inclusive nesse “estúpidos” momentos nos quais não sei a resposta, mas sei o que desejaria ouvir. Ainda assim, paro e lembro a importância do que sinto, a força desse senir e deixo tudo de lado só para continuar a amar você, amor que sei não terá fim.